quarta-feira, 29 de outubro de 2008

PROGRAMAÇÃO SEMANA DO DESIGN DE SÃO PAULO

PROGRAMAÇÃO 2008

Curadoria: Alexander Lipszyc e Andréa Naccache

3, 4, 6 e 7 de novembro

 

3/nov  O DESIGN DO MUNDO           

parte do Seminário VIVER DESIGN EM SÃO PAULO

*no teatro do SESC Vila Mariana - Rua Pelotas, 141 - Vila Mariana

Inscrições gratuitas pelo telefone 3113.8547

Programa completo no site www.viverdesignsp.com.br

 

O trabalho do designer guarda uma questão: o que queremos no mundo no futuro? O convívio, o afeto, o trabalho, valores públicos e mesmo resultados amplos de saúde e economia estão apoiados em design. Neste segmento do VIVER DESIGN EM SÃO PAULO, marcamos a importância e a presença do design na sociedade.

É com a decisão em design que criamos segurança ou ansiedade, contato ou isolamento, produtividade ou estagnação, sustentabilidade ou destruição ambiental, beleza e conforto ou descompasso. Nesta conversa, colocamos a pensar os projetos e, de importância suprema, suas conseqüências.

 

17h30  Délia Beru, artista plástica e designer de interiores

 

Comentários:

Andréa Naccache, psicanalista

Alexander Lipszyc, designer de interiores

Chico Homem de Melo, designer gráfico e professor da FAU-USP

Ronald Kapaz, designer gráfico e sócio-diretor da Oz Design

 

 

Seminário PENSAR DESIGN

4, 6 e 7 de novembro

*no MuBE - Museu Brasileiro da Escultura, Av. Europa, 218 - Jardim Europa

www.mube.art.br   

Entrada livre

 

4/nov DESIGN DO ENCONTRO

 

19h INTRODUÇÃO           

19h10 PROJETO E CONSEQUÊNCIA

 

Examinaremos as formas de encontro e produção de cultura contemporâneas como base de criação do mundo futuro, com a questão de como aproveitamos os discursos, as lições, projetos alheios e erros. Como colhemos idéias e como descobrimos as conseqüências?

 

Reinaldo Pamponet, presidente da Eletrocooperativa

Andréa Naccache, psicanalista

Thomas Buckup, consultor em investimento social e voluntário no Instituto Wikimedia Brasil

 

20h30 Intervalo

20h50 DESIGN DO ENCONTRO

 

Análise do design como aspecto fundamental às relações, como promotor de isolamento ou aproximação, angústia ou segurança, convívio e negócios, cultura e responsabilidade pelo entorno.

 

Jum Nakao, designer de moda

Biti Averbach, editora de moda

Alexander Lipszyc, designer de interiores

Andréa Naccache, psicanalista

 

22h Encerramento

 


6/nov OBJETOS DE DESEJO, DO BERÇO AO BERÇO

 

19h INTRODUÇÃO

19h10 IMAGINAÇÃO CONSEQUENTE

 

Sobre planos de sustentabilidade: desde a proposta renovadora, de produtos e obras com ciclo de completo reaproveitamento de materiais e energia renovável (do berço ao berço), até as diversas propostas de remediar poluição já existente, reciclagem, redução de consumo e regulamentação. Proporemos que a poluição seja tratada desde o design – com produtos que não poluem. Veremos quanto isto é possível hoje e o que fazer com os produtos e o lixo que já existem.

 

Christian Ullmann, especialista em design sustentável e sócio-diretor da iT Projetos

Alberto Matera, engenheiro da Cytec do Brasil

Alexander Lipszyc, designer de interiores

Andréa Naccache, psicanalista

 

20h30 Intervalo

20h50 CONSTRUÇÃO E MOBILIDADE

 

Sobre possibilidades específicas de sustentabilidade na indústria, na arquitetura e no urbanismo.

 

Walter Ono, arquiteto

Triptyque, escritório franco-brasileiro de arquitetura

Nido Campolongo, designer e artista plástico

Alexander Lipszyc, designer de interiores

Carlos Leite, arquiteto especializado em projetos urbanos e regeneração urbana

 

22h Encerramento

 

CONVITE: na tarde de 6/Nov, no mesmo espaço do MuBE, haverá importantes mesas sobre sustentabilidade também no Seminário DESIGNbilidade, coordenado por Christian Ullmann.

 

DESIGNbilidade

O próximo passo para um design + sustentável

 

“As ciências do meio ambiente estão à procura de uma nova síntese do saber e de uma nova prescrição cujo princípio será mais ecológico do que econômico e mais ético do que científico”.   Pierre Dansereau, in Ecologia Humana, ética e educação.

Em São Paulo, mas também em Bogotá, Valparaíso e Mérida encontramos este tipo de projetos iguais. A proposta do seminário é apresentar estas experiências e conhecer como o design pode colaborar com a melhoria da qualidade de vida urbana sul-americana.

 

13h30            Credenciamento

14h00            Cerimônia de Abertura

14h10            Jorge Montana – Colômbia: “O Fator Local”

14h40            Ivo Pons – Brasil: “Uma Experiência Possível”

15h10            Daniele Alcântara – Brasil: “Design, Moda e produção local”

15h40            Perguntas

16h00            Coffee-Break

16h20            Ilaria Serpente – Itália: “Design de Outro Mundo”

16h50            Daniel Llach – Chile: “Design para uma inovação responsável”

17h20            Lock Man Yee – Venezuela: “Das Raízes Culturais aos Objetos Cotidianos”

17h50             Perguntas

18h30            Encerramento

 

Entrada franca

Inscrições pelos telefones:

Das 9h às 13h: 3113-8547 (Heliatrice Marques)

Das 14 às 18h: 3113-8548 (Mariana Junqueira)   

 

 

7/nov PERSONALIDADE URBANA

 

19h INTRODUÇÃO

19h10 FUTUROS COLETIVOS

Conversa que tocará o valor dos jovens na sociedade e suas dificuldades atuais, com argumentos sobre a importância do trabalho e de seu direcionamento à renovação. Falaremos sobre a formação para criar (educação). Paralelamente, examinaremos as características de receptividade de uma cidade – tonalidades culturais e formas de prazer e encontro cultural que ela propicia.

 

Christina Cupertino, psicóloga, formadora de jovens

Lala de Heinzelin, proprietária da Enthusiasmo Cultural, especialista em cultura como estratégia de desenvolvimento

Paula Limena, sócia diretora da Imageneer Branding by Heart

Andréa Naccache, psicanalista

Maria Margarida Limena, socióloga, professora do departamento de sociologia e do programa de estudos pós-graduados em ciências sociais da PUC-SP

 

20h30 Intervalo

20h50 MÚTUAS INFLUÊNCIAS

Sobre a troca cultural apoiada em design, e seus preciosos efeitos sociais, psicológicos, educacionais e econômicos, e como a produção pode se orientar pela criação em design para obter lucro com ecologia e equidade, promovendo diversidade cultural e natural.

Ronald Kapaz, designer gráfico e sócio-diretor da Oz Design

Roberta Cosulich, arquiteta e designer

Ernesto Harsi, presidente da Associação dos Designers de Produtos

Chico Homem de Melo, designer gráfico e professor da FAU-USP

Regina Monteiro, Diretora de Projetos, Meio Ambiente e Paisagem Urbana da Empresa Municipal de Urbanização (EMURB) e criadora da Lei Cidade Limpa

Alexander Lipszyc, designer de interiores

 

22h  Encerramento

CONCLUSÕES PARA A SEMANA

Nesta terça, 28 de outubro, a curadoria do PENSAR DESIGN foi acolhida com carinho pela Artemoda Associação de Estilo e Cultura, em sua sede na Rua Gabriel Monteiro da Silva. A tarde ficou aberta a conversas com colaboradores da Semana de Design, na orientação e organização das mesas, apresentações, textos, e no estudo da produção de um site para o PENSAR DESIGN, pelo Studio Pulp. Um dia de conclusões e lançamento da programação.

Nosso forte agradecimento à Artemoda, ao Studio Pulp, a todos os nossos colaboradores, a quem esteve presente nas reuniões preparatórias, aos participantes das mesas do PENSAR DESIGN, e ao MuBE - Museu Brasileiro da Escultura, pela recepção de nossa reunião em setembro, e por ser a casa do PENSAR DESIGN nesta Semana VIVER DESIGN EM SÃO PAULO.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

LEITURAS

Alguns destaques nos debates de setembro:
(no aguardo de mais sugestões de títulos)

The Substance of Style, de Virginia Postrel, é um livro genial sobre "como o aumento do valor estético está transformando o comércio, a cultura e a consciência" (este é o subtítulo do livro, em inglês: The Substance of Style: How the Rise of Aesthetic Value Is Remaking Commerce, Culture, and Consciousness). O site da autora é www.dynamist.com.

Cradle to Cradle, de William McDonough e Michael Braungart, apresenta uma fortíssima proposta de sustentabilidade. Deu o título para um segmento do PENSAR DESIGN, "Do berço ao berço". Fala sobre produtos de ciclo completo, em que a matéria-prima, transformada em conteúdo técnico ou mantida natural (e biodegradável) é aplicada em produtos já concebidos para pleno reaproveitamento do material. Assim, paramos de explorar a Terra e passamos a enriquecer os ecossistemas e a diversidade natural. Parece utopia, mas é pura criatividade sem constrangimento neurótico, sem certas limitações da modernidade filosófica e econômica que já nos pesaram demais. O subtítulo: "Refazendo a maneira como fazemos as coisas". Em inglês: Cradle to Cradle: Remaking the Way We Make Things. Dos autores: http://www.mbdc.com/c2c/.

The Laws of Simplicity (traduzido para o português pela editora Novo Conceito: As Leis da Simplicidade), de John Maeda. Neste livro curioso e breve, Maeda expõe com acuidade aspectos delicados de nossa relação íntima com o design, como a emoção e a confiança envolvida, a capacidade do design de trazer angústia ou segurança, sua possibilidade de emprestar magia à vida cotidiana. O livro tem sido referência fundamental ao segmento "Design do Encontro". Do autor: www.maedastudio.com.

Massive Change, de Bruce Mau, é uma coletânea brilhante de análises sobre como o mundo é transformado e nosso futuro moldado em decisões de design. "Massive Change não é o sobre o mundo do design, é sobre o design do mundo", diz em letras enormes a quarta capa. São 11 áreas em que podemos mudar o futuro da humanidade, para as quais Bruce Mau escreve comentários, traz dados e conversa com especialistas: economias urbanas, economias do movimento, economias energéticas, economias da informação, economias da imagem, economias de mercado, economias dos materiais, economia militar, economias de produção, economias da vida (genética, engenharia de tecidos vivos, biomedia, etc), riqueza e política. www.massivechange,com

Citados:
Tempos Hipermodernos, de Gilles Lipovetsky
Modernidade Líquida, de Zygmunt Bauman
A Invenção do Futuro, de Ferraz Jr, Reale Jr., Forbes, Lipovetsky e outros.
Viena Fin-de-Siecle, de Carl Schorske
Em louvor da Sombra, de Junichiro Tanizaki
The Post-American World, de Fareed Zakaria
Seminários de Zollikon, de Martin Heidegger
A Ética da Psicanálise, Seminário 7, de Jacques Lacan
A Perda da Realidade na Neurose e na Psicose, de Sigmund Freud (artigo de 1924)


DIAGNÓSTICOS DE SETEMBRO


Dois encontros abertos, neste mês de setembro, deram as linhas principais para nossa apresentação do PENSAR DESIGN, na semana de 3 a 9 de novembro.
A primeira conversa, em 23/9, no prédio da Prefeitura, no centro de São Paulo, foi momento de um diagnóstico. Por que pontos começaríamos a PENSAR DESIGN neste evento, que reúne as escolas e profissionais brilhantes de toda São Paulo?
Na mesma reunião, e na seguinte, no MUBE - Museu Brasileiro da Escultura, dia 30/9, abrimos três dimensões para nosso PENSAR: global, coletiva (das cidades) e íntima. Um paralelo de nosso KM-M-MM, símbolo da Semana de Design.
As três dimensões estão detalhadas numa postagem abaixo ("Temas de Pesquisa"), com seus respectivos subtemas.
Sem entrar já em detalhes, considero que há uma dor importante a tratarmos em cada um destes três planos, e que, em todos eles, o tratamento passa pela valorização do design. Tenho insistido nisto como resposta clínica - palavra de psicanalista.

PALAVRA DE PSICANALISTA

Confesso acreditar que a crise financeira americana - que ganha o mundo nestes dias - tem uma boa resposta pelo design. O chamado "capitalismo global" só terá uma alternativa para não repetir bolhas de especulação se houver uma apreensão do design - e no próprio campo financeiro, não se conhece esta saída. O público, em contato com o design, pode ensinar os financistas.
A condição sem-saída da estrutura financeira atual está bem descrita na Newsweek de 6 de outubro: A New Age of Global Capitalism Starts Now (Uma Nova Era do Capitalismo Global Começa Agora). No final do artigo, vemos como o sistema financeiro fica condenado a ciclos de crise como a atual, com ou sem regulamentação - a isto, poderíamos acrescentar: está condenado se não reconhecermos que ele interage com outros campos sociais (como o design, em especial).
Considero também que fenômenos da psique contemporânea como crises de pânico, depressão, hiperatividade, obesidade e anorexia, bulimia, compulsões e apatias, são todos acessados pelo design, e somente pelo design. Há uma clínica do design para se fazer nos dias de hoje, única com efetivos resultados, que tem por saída uma ética de vida criativa.
Vejo, ainda, que não haverá retorno para a educação. Ela tornou-se uma fórmula insuportável para os jovens de cultura global, a não ser que ela caminhe no sentido do trabalho sobre o mundo - o design. Vemos as experiências neste sentido darem encantadoramente certo, porque engajam os alunos. Na adolescência, trata-se de antecipar o contato com o mundo adulto, pedindo dos jovens novas visões. 
No outro extremo da educação, temos um novo lastro para a vida profissional e o trabalho: toda ação profissional tem desdobramento em design e, nas ações em que este desdobramento não se encontra, vemos uma defasagem ética e uma crise de satisfação das pessoas.
Enfim, para a questão ecológica, insisto novamente na resposta pelo design: em longo prazo, a única ação viável para não transformarmos o planeta em lixo está no início da cadeia produtiva e, melhor dizer, da cadeia criativa. O problema, como dizem McDonough e Braungart (Cradle to Cradle), tem sido falta de imaginação. Tudo precisará renovação. Tudo permite uma versão sustentável, nutritiva, viável à subsistência, ou até mais, que enriqueça ecologicamente o planeta. Basta pensarmos... design.
Parece uma posição radical - ter resposta única em tantos planos - mas não é.
Posso defender que a resposta pelo design é invariavelmente aberta: filosoficamente, clinicamente, socialmente, eticamente, politicamente, culturalmente, pedagogicamente, em qualquer "mente" que nos interesse.
No PENSAR DESIGN, espero que façamos esta defesa sem argumentação, apenas com convites e a exposição de fenômenos e reflexões bastante contemporâneos. A presença de especialistas das diversas áreas - educação, economia e administração, filosofia, psicologia, sociologia e política, química, engenharia, tecnologia - mostra caminhos em que a resposta está no design.
Uma resposta freudiana.


SUBTEMAS

DIMENSÃO ÍNTIMA
DESIGN DO ENCONTRO
TEMA 1

- Design e confiança
- Design e relacionamentos (família, amor e trabalho)
- Dasein e design
- Uma psicanálise do design

DIMENSÃO GLOBAL
OBJETOS DE DESEJO, DO BERÇO AO BERÇO
TEMA 2

- Nutrição do solo (embalagens e lixo urbano)
- Arquitetura e urbanismo ecológicos
- Produtos
- Mobilidade

DIMENSÃO COLETIVA
PERSONALIDADE URBANA
TEMA 3

- Valor dos jovens e do trabalho em sociedades tradicionais, modernas ou criativas.
- Receptividade: como as cidades acolhem as pessoas (mega-regiões e escolha)
- Tendência a desregulamentação: consequências jurídicas e econômicas
- Inovação produtiva e empresarial